Os Homens Mais Odiados

Foto: Daily News e Google. Walter Palmer (esquerda) e Martin Shkreli

O título do “Homem mais odiado nos Estados Unidos” estava com o dentista Walter Palmer, que admitiu ter matado o leão Cecil num safári na África. Já faz algum tempo, mas você deve se lembrar dele. Seus argumentos de que não sabia que Cecil era tão querido, e que havia abatido legalmente o animal, ao invés de acalmarem seus críticos pioraram ainda mais a situação. E o que o capitalismo tem a ver com isso? Da mesma forma que o sistema permitiu que o Dr. Palmer conseguisse, como Bond, James Bond, sua “licença para matar” por cerca de US$ 7000, seu negócio teve um rombo tremendo com a divulgação da notícia da morte do leão Cecil. Seus pacientes sumiram, ações legais mancharam o nome do seu consultório e essa publicidade negativa deu mais força à luta a favor da proteção da vida selvagem na reserva onde o leão Cecil foi assassinado.

O segundo homem mais odiado foi Martin Shkreli. Esse sujeito ganhou notoriedade por suas ações como CEO da Turing Pharmaceuticals. Em 2015, Shkreli adquiriu os direitos do Daraprim, um medicamento usado para tratar uma infecção parasitária, e aumentou seu preço de $13,50 para $750 por pílula, uma ação que gerou ampla indignação pública.

Shkreli defendeu o aumento de preço alegando a necessidade de fundos para pesquisa e desenvolvimento de uma versão aprimorada do medicamento. No entanto, sua atitude sem remorso e sua personalidade extravagante nas redes sociais alimentaram críticas e o tornaram uma figura controversa. Em suas entrevistas, Shkreli foi tremendamente arrogante, tentando passar a imagem de “o esperto do século”. Lembro-me bem da sua arrogância numa entrevista na TV: “não vou entregar um remédio indispensável como esse, porque as pessoas terão obrigatoriamente que pagar o preço que eu quiser”, disse ele. Muita gente ficou revoltada.

Pouco tempo mais tarde, uma empresa lançou uma droga similar temporariamente a um preço insignificante. Da mesma forma que o livre mercado permite a liberdade de preços, permite igualmente a concorrência. Martin perdeu milhões de dólares, ficou com seu estoque encalhado, pediu desculpas publicamente e baixou o preço. Tarde demais. Em 2017 Shkreli foi condenado por múltiplas acusações de fraude por enganar investidores em fundos de hedge que ele operava. Foi condenado a sete anos de prisão e teve seus ativos confiscados. Quem poderia pensar num final tão fantástico? Só mesmo numa economia aberta.

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